quarta-feira, junho 12, 2013
NESTA QUINTA-FEIRA (13/06) COMPLETA 1 ANO DA EXUMAÇÃO DO CORPO DE EDSON ROGÉRIO: ATÉ AQUI NADA!
No dia 13 de Junho de 2012, há exato 1 ano, foi exumado o corpo do guerrêro Edson Rogério Silva dos Santos, no cemitério Areia Branca, em Santos (SP). Ele, que era gari e trabalhava naquele dia com atestado de licença médica, mesmo assim foi assassinado durante os Crimes de Maio de 2006, na Baixada Santista, por grupos de extermínio ligados direta ou indiretamente à Polícia Militar do Estado de São Paulo. Sua mãe, a guerêrra Débora Maria da Silva, é uma das fundadoras e coordenadora do nosso movimento Mães de Maio.
A exumação foi uma vitória parcial da Débora, de nosso movimento e de tod@s que lutam contra o Genocídio Periférico no Brasil. O principal objetivo da exumação era retirar uma bala que ficara alojada na coluna cervical de Edson e que, apesar dos insistentes alertas da Débora durante 6 anos após a morte de seu filho, as chamadas autoridades competentes negavam que ela pudesse estar lá alojada. Débora insistia que a bala havia sido enterrada com seu filho, queria (e ainda quer) compará-la com uma arma apreendida com um policial, em Cubatão (SP), entre outros agentes exterminadores.
“Um corpo não poderia ser enterrado com a principal prova do crime alojada em sua coluna”, insistia sempre Débora, mãe de Edson, sobre a situação do corpo do filho. O erro do Instituto Médico Legal de Santos (IML) forçou a família a solicitar ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) que a exumação fosse feita pelo IML de São Paulo. O corpo passou por uma radiografia para localizar a bala, o que de fato aconteceu. Débora estava falando a verdade durante todo esse período em que foi desacreditada e humilhada por muitas das "autoridades competentes"!
Essa exumação poderia ter sido uma vitória de tod@s que lita por Justiça e Paz. Estávamos diante de um crime de estado que o Ministério Público de SP não investigava, e que a União também se negava a investigar. O pedido da exumação, feito então por processo administrativo interno do MP-SP, poderia (e ainda poderá) significar um importante passo na luta pelo Direito à Memória, à Verdade e à Justiça para o caso de Edson Rogério - que o TJ-SP já julgou ter sido assassinado por negligência e ação direta do Estado, e para todas as vítimas dos Crimes de Maio de 2006. Foram cerca de 562 pessoas assassinadas em menos de 15 dias (entre 12 e 20 de Maio de 2006), um número não não existe nem em violentas guerras internacionais.
Ocorre que, passado 1 ano desde a exumação, ainda não chegou nem à família nem ao movimento Mães de Maio qualquer DESDOBRAMENTO CONCRETO deste laudo balístico e da respectiva comparação do projétil com armas apreendidas de policiais exterminadores da região.
"Nosso movimento não irá se calar enquanto a Verdade e a Justiça não vier completamente à tona!”, assegura nossa coordenadora-guerrêra Débora Maria.
Nós do “Mães de Maio” acreditamos que essa “vitória” - ainda parcial, incompleta e insuficiente - possa estimular a federalização dos Crimes de Maio, assim sendo, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal poderiam passar a investigar os assassinatos praticados por agentes policiais. Além da importante criação da Comissão Nacional da Verdade e da Justiça para os Crimes do Estado Democrático contra a Juventude Pobre, Negra e Periférica (de 1988 até os dias de hoje).
Mas o Tempo é Rei: Seguiremos Firmes na Luta!
13 de Junho de 2013,
Movimento Mães de Maio da Democracia Brasileira
#CRIMES DE MAIO NUNCA MAIS!
#CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE POBRE E NEGRA!
#VERDADE, JUSTIÇA E PAZ ÀS PERIFERIAS DE TODO BRASIL!
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O "pobre rapaz" de boné amarelo e óculos com lentes azuis, deve ser mais um filho das mães de maio...
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/10/1358814-pm-que-baleou-assaltante-na-zona-leste-recebe-a-honraria-mais-alta-da-corporacao.shtml