Maria Luisa de Melo, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - Uma manifestação organizada pelo Movimento Rede Contra Violência reuniu cerca de 5 mil pessoas na Candelária para relembrar os 17 anos da chacina em que sete crianças e um jovem foram mortos por PMs enquanto dormiam na Praça Pio X, em 1993.
Às 10h, uma missa foi celebrada e, de lá, os manifestantes seguiram pela Avenida Rio Branco, chegando à escadaria da Câmara Municipal, onde expuseram cartazes e bonecos simbolizando as vítimas da violência na cidade ao longo dos anos.
A família de Gabriela Prado Maia Ribeiro, morta por uma bala perdida na estação do metrô da Tijuca, em 2003, esteve presente, e Patrícia Oliveira, irmã de Wagner dos Santos, único sobrevivente da matança da Candelária, também protestou.
– Aqueles oito tiros mudaram a vida do meu irmão. Hoje, com 39 anos, vivendo na Suíça, ele não pode ter filhos, pois foi envenenado pelo chumbo dos projeteis, e sofre de problemas neurológicos.
O Movimento Mães de Acari, que teve início em 1990, após o sumiço de 11 jovens, entre eles oito adolescentes, também esteve na manifestação.
A chacina de Acari, como ficou conhecida, vai completar 20 anos na próxima segunda-feira.
– Até hoje, não vi o corpo e ainda tenho as minhas dúvidas se meu filho está vivo ou morto – desabafou Tereza Souza Costa, 60, mãe de Edson de Souza Costa, que na época do desaparecimento completaria 18 anos.
Outra mãe que também não tem notícias do filho desaparecido é Beatriz Ferreira de Lima, 74. Segundo ela, Jurandir sumiu há 15 anos, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
A Organização de Direitos Humanos Projeto Legal prepara uma ação internacional contra a ineficiência das investigações do caso.
Se a denúncia for aceita pela OEA, o Estado poderá ser responsabilizado pela ausência de resposta aos familiares.
sexta-feira, julho 30, 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário