NOVO MANIFESTO PELA FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES DE MAIO, E FIM DA "RESISTÊNCIA SEGUIDA DE MORTE"

terça-feira, outubro 26, 2010

Repórter de A Tribuna recebe prêmio Vladimir Herzog

http://www.tvtribuna.com/noticias.asp?idnoticia=20703&idDepartamento=5&idCategoria=14



Créditos: Fernanda Luz / A Tribuna


O repórter de A Tribuna, Renato Santana, recebeu na noite desta segunda-feira, em São Paulo, o troféu na categoria jornal da 32ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. O jornalista foi o vencedor pela série de reportagens Crimes de Maio, publicada em A Tribuna entre os dias 25 e 30 de abril deste ano.

Santana recebeu o prêmio das mãos de alguém especial. Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 nos porões da ditadura militar.

Emocionado, declarou estar feliz e disse que a conquista representa mais que um grande prêmio. ´´É a luta pela liberdade e contra o facismo´´.

O autor das matérias, que denunciaram a ligação dos atentados ocorridos em 2006 com a existência de grupos de extermínio, fez ainda um agradecimento a Carlos Conde, editor-chefe de A Tribuna, a quem atribuiu coragem por incentivar a publicação de reportagens de grande repercussão.

O repórter fez agradecimentos à família e a amigos, especialmente às Mães de Maio, mulheres que lutam há anos por notícias de seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina.

Solenidade

A entrega do Prêmio Vladimir Herzog aconteceu diante de uma plateia lotada, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca).

Estiveram presentes à cerimônia o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, José Augusto de Oliveira Camargo, representantes da Regional Baixada Santista e Vale do Ribeira do sindicato, além do ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, e do senador Eduardo Suplicy (PT).

Violência

As matérias do repórter Renato Santana tiveram o objetivo de sensibilizar a sociedade e apresentar um balanço após quatro anos dos atentados atribuídos a membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e a policiais militares que fazem parte de grupos de extermínio.

A violência gerou um saldo assustador: a morte de 564 pessoas em todo o Estado de São Paulo, sendo 60 na Baixada Santista.

Para elaborar a série, ele precisou entrar em contato com parentes das vítimas e com os próprios sobreviventes do massacre e com policiais envolvidos nos crimes.

Naquele mês de maio de 2006, 21 dias de violência aterrorizaram várias cidades de São Paulo. Um revide aos ataques ocorridos no Dia das Mães, quando vários policiais militares foram mortos por integrantes do PCC.

Ao encontrar parentes e sobvreviventes da violência, Santana vivenciou o drama que se seguiu após os crimes. ´´Eles ainda lutam por justiça e são ameaçados. Os relatos mais dramáticos foram os de quem escapou das chacinas. Essas famílias foram arrebentadas e foi doloroso ficar perto delas´´.

Com a publicação da série, a Assembleia Legislativa implantou uma força-tarefa para resgatar o assunto e promoveu uma audiência pública em Santos, envolvendo todas as partes relacionadas aos espisódios. Por conta disso, a corregedoria da Polícia Militar reabriu as investigações sobre o envolvimento de policiais militares em grupos de extermínio.

O prêmio

O prêmio Vladimir Herzog foi criado pelo Sindicato dos Jornalistas e elege anualmente os melhores trabalhos que denunciam a repressão e o atropelo aos Direitos Humanos. A primeira edição ocorreu em 1978, durante a ditadura militar, com o objetivo de estimular os profissionaisa da Imprensa e jornalistas a denunciar abusos.

O nome da premiação é baseado na memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências do DOI/CODI, no ano de 1975, em São Paulo, que virou símbolo da liberdade de imprensa e Direitos Humanos no Brasil.

De acordo com a organização do prêmio Vladimir Herzog, mais de 300 trabalhos de todo o País concorrem a cada ano em onze categorias: Livro-reportagem / Artes / Fotografia / Jornais / Literatura / Rádio / Revista / Teatro / TV – Documentário e/ou Especial / TV – Jornalismo Diário e Imagem de TV.



Fonte: A Tribuna On-line

sábado, outubro 16, 2010

AGENDA LATINOAMERICANA 2011 SERÁ LANÇADA COM HOMENAGEM ÀS MÃES DE MAIO


AGENDA
LATINO-AMERICANA'2011:

«Que Deus?

Que Religião?»

Está na rua, esperando você e sua comunidade!

Agenda: 20 anos de serviço, desde 1992


Próximos lançamentos da Agenda:

- Dia 20 de outubro de 2010, às 19:30h
no Salão de Festas da Igreja São Judas Tadeu - Setor Coimbr, em Goiânia - GO,
com a presença de Zé Vicente.

- Dia 23 de outubro de 2010, às 10:00h
no SESC da Vila Mariana em São Paulo - SP

- Dia 05 de novembro de 2010, às 20:00h
no Centro de Convenções do Colégio Nossa Senhora das Dores em Uberaba- MG,
com a presença de dom Tomás Balduino e Zé Vizente.

Veja a apresentação do tema da Agenda Latinoamericana'2011, por Pedro CASALDÁLIGA
Veja o Índice dos conteúdos da Agenda,
e a visão de conjunto, por José María VIGIL.
Os nomes dos ganhadores dos concursos do ano passado
já estão nas páginas da Agenda Latino-americana'2011, já na rua.
Veja aqui as convocações para novos concursos da Agenda
nos quais participar até 31 de março de 2011.


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sexta-feira, outubro 15, 2010

PARABÉNS RENATO SANTANA: JORNALISTA DA VERDADE E DA JUSTIÇA!



Quinta-feira, 14 de outubro de 2010 - 17h53

Crimes de Maio

Repórter de A Tribuna ganha Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog

De A Tribuna On-line


Créditos: Reprodução
Capa da primeira edição da série Crimes de Maio, publicada no dia 25 de abril

O repórter de A Tribuna Renato Santana foi o vencedor da 32ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, categoria jornais, pela série de reportagens Crimes de Maio, publicada entre os dias 25 e 30 de abril deste ano.

As matérias tinham o objetivo de sensibilizar a sociedade e apresentar um balanço após quatro anos dos atentados atribuídos a membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e a policiais militares que fazem parte de grupos de extermínio. A violência gerou um saldo assustador: a morte de 564 pessoas em todo o Estado de São Paulo, sendo 60 na Baixada Santista.

Para elaborar a série, Santana precisou entrar em contato com parentes das vítimas e com os próprios sobreviventes do massacre e com policiais envolvidos nos crimes.

''Dois anos após os ataques, os crimes foram arquivados a pedido do Ministério Público. Quatro anos depois dos atentados, ninguém havia sido punido. Por isso, a ideia foi a de elaborar reportagens lembrando esses crimes e mostrando como os direitos humanos estavam sendo feridos, como a impunidade reinava nessa questão''.

Naquele mês de maio de 2006, 21 dias de violência aterrorizaram várias cidades de São Paulo. Um revide aos ataques ocorridos no Dia das Mães, quando vários policiais militares foram mortos por integrantes do PCC.

Ao encontrar parentes e sobvreviventes da violência, Santana vivenciou o drama que se seguiu após os crimes. ''Eles ainda lutam por justiça e são ameaçados. Os relatos mais dramáticos foram os de quem escapou das chacinas. Essas famílias foram arrebentadas e foi doloroso ficar perto delas''.

Lição

O repórter debruçou no tema por cerca de um mês e meio, até a a publicação da última edição da série, em 30 de abril. A dedicação a essa missão investigativa fez com que exaltasse a importância da verdadeira reportagem. ''Jornalismo sem reportagem é meio jornalismo'', afirma.

A públicação da série teve resultados. A Assembleia Legislativa implantou uma força-tarefa para resgatar o assunto e promoveu uma audiência pública em Santos, envolvendo todas as partes relacionadas aos espisódios. Por conta disso, a corregedoria da Polícia Militar reabriu as investigações sobre o envolvimento de policiais militares em grupos de extermínio.

''O prêmio tem uma importância especial, por ter sido organizado ainda no período da ditadura militar, em homenagem a um dos maiores jornalistas da história desse País - Vladmir Herzog, assassinado nos porões da ditadura. Essa conquista reconhece a importância do assunto, que é uma ferida para nós''.

A entrega do Prêmio Vladmir Herzog ocorrerá no dia 25 de outubro, às 19h30, no Tuca, Teatro da Universidade Católica de São Paulo.

O prêmio

O prêmio Vladimir Herzog elege anualmente os melhores trabalhos jornalísticos que denunciam a repressão e o atropelo aos Direitos Humanos. A primeira edição ocorreu em 1978, durante a ditadura militar, com o objetivo de estimular os jornalistas a denunciar abusos.

O nome da premiação é baseado na memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências do DOI/CODI, no ano de 1975, em São Paulo, que virou símbolo da liberdade de imprensa e Direitos Humanos no Brasil.

De acordo com a organização do prêmio Vladimir Herzog, mais de 300 trabalhos de todo o País concorrem a cada ano em onze categorias: Livro-reportagem / Artes / Fotografia / Jornais / Literatura / Rádio / Revista / Teatro / TV – Documentário e/ou Especial / TV – Jornalismo Diário e Imagem de TV.

Leia as reportagens da série 'Crimes de Maio':

Dia 25 de abril

Quatro anos. E ninguém foi punido

Dia 26 de abril

Polícia nega grupos de extermínio

Dia 27 de abril

Eles morreram. Ficaram as dúvidas

Dia 28 de abril

À noite e disfarçados. Assim agem os justiceiros

Dia 29 de abril

Justiça, não. Violação dos direitos da sociedade

terça-feira, outubro 05, 2010

A LUTA É UMA SÓ: MÃES DE MAIO ENCONTRAM-SE COM MADRES E ABUELAS ARGENTINAS, NOSSAS GUERREIRAS INSPIRADORAS


Foto de uma das obras do Parque da Memória, na Argentina


"A memória guardará o que valer a pena.
A memória sabe de mim mais que eu,
e ela não perde o que merece ser salvo"
Eduardo Galeano

No dia 23 de Setembro ocorreu em São Paulo um encontro realmente histórico! Enquanto muita gente se ocupava apenas com a disputa eleitoral em curso, outros se dedicavam à denúncia da grande mídia comercial brasileira no Sindicato dos Jornalistas, mas quem pôde estar no Auditório Novo da PUC-SP, lotado de estudantes, professores e militantes de diversos movimentos sociais, não nos deixa mentir...

Na ocasião nós, Mães de Maio da democracia brasileira, tivemos a honra de participar de um importante debate sobre o Direito à Memória, à Verdade e à Justiça – Contra o Terrorismo de Estado, junto a algumas das nossas queridas Guerreiras Inspiradoras Argentinas das Madres de Mayo e das Abuelas. Mães e avós das mais de 30.000 vítimas fatais (entre mortos e desaparecidos) da ditadura civil-militar na Argentina (1976-1983), que foram à Luta e seguem Lutando até hoje. Um convite que nos foi feito, muito especialmente, pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Seguridade e Assistência Social da PUC, Observatório de Violências Policiais e Comissão de Mortos e Desaparecidos.

Madres e Abuelas protestam contra o sequestro e assassinato de seus familiares

Para nós foi uma ocasião extremamente especial por diversas razões. Em primeiro lugar, devido ao ânimo e a emoção que nos foram proporcionadas ao conhecer pessoalmente algumas das Mulheres que tiveram importância decisiva na derrota da ditadura civil-militar argentina, e seguem tendo importante atuação dentro da sociedade portenha: as Guerreiras Estela, Lita, Carmen e Vera. Esta última que é xará de nossa companheira Vera Lúcia de Andrade Freitas, que compartilhou a mesa com elas e pôde contar um pouco de nossa recente experiência por aqui.

Vera Lúcia e Débora Maria, das Mães de Maio, encontram-se com Madres e Abuelas argentinas

Em segundo lugar, porque o testemunho de cada uma delas foi uma verdadeira lição de Vida, de Luta, e um grande incentivo para que nós, Mães de Maio do Brasil, sigamos cuidando de valorizar a formação de nossa consciência crítica, pois as Madres e Abuelas deram uma grande aula de História e de Política a todos os presentes, com a grande diferença de que além de procurar estudar elas também fizeram e fazem História, coletivamente!

Vera, das Mães de Maio (à direita), participa do debate com as Madres e Abuelas Argentinas

Em terceiro, pois a exibição do belíssimo documentário sobre o "Parque de la Memória" e sobre o Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado na Argentina apenas reforçou em nós a importância de termos cada vez mais, aqui no Brasil, novos espaços realmente dedicados à preservação crítica da Memória e da Verdade, revelando também o quanto é importante a utilização das diversas Artes para se conseguir avançar na elaboração do Luto frente ao Terrorismo de Estado que segue nos vitimando, e superá-lo por meio da Formação Crítica e da Luta por Justiça e Liberdade. "Recordar é necessário. Construir Memória é construir o Futuro", concluía o documentário.

Finalmente, o encontro também foi muito importante para selarmos um Compromisso com as Madres e com as Abuelas, de que dentro do possível faremos muito mais atividades de intercâmbio e de formação conjunta, tanto no Brasil quanto na Argentina. Espaços como o Parque da Memória e o Monumento em Homenagem às Vítimas do Terrorismo de Estado Argentino devem servir de modelo e de inspiração para outras iniciativas semelhantes aqui no Brasil, como o Memorial às Vítimas dos Crimes de Maio de 2006 que seguiremos lutando para tornar realidade. Assim, poderemos ter cada vez mais espaços onde haja discussão pública sobre a História Brasileira e Latino-Americana e, assim, possam assegurar uma preservação crítica da Memória e uma apropriação efetiva da Verdade Histórica pelos trabalhadores e trabalhadoras pobres do país, tornando-se espaços culturais e formativos fundamentais para o aprofundamento das Transformações Sociais que tanto precisamos.

Débora presenteia as Madres e Abuelas Argentinas com a camiseta das Mães brasileiras

E, para fechar com chave de ouro, ainda pudemos deixar com cada uma das cinco Guerreiras presentes uma humilde Homenagem das Mães de Maio do Brasil, pelo exemplo de Luta, de Consciência e de Radicalidade que essas Madres e Abuelas sempre representaram para nós, inspirando o nome de nosso movimento e significando renovada inspiração a cada novo dia. As camisetas que entregamos a cada uma delas também simbolizam toda a nossa Solidariedade Internacionalista e Inter-temporal. Elas estão convidadas desde já a estarem presentes no triste aniversário de 5 Anos dos Crimes de Maio de 2006, que será marcado por Homenagens e por Luta, assim como nós também queremos muito um dia poder visitá-las na Argentina.

Madres e Abuelas mostram sua Homenagem ao público, selando o Encontro Histórico


A LUTA NÃO TEM FRONTEIRAS DE TEMPO OU DE ESPAÇO!

CONSTRUIR MEMÓRIA É CONSTRUIR FUTURO!

A VERDADE, A JUSTIÇA E A LIBERDADE ROMPEM TODAS AS CERCAS DA HISTÓRIA!

MÃES DE MAIO