NOVO MANIFESTO PELA FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES DE MAIO, E FIM DA "RESISTÊNCIA SEGUIDA DE MORTE"

sexta-feira, outubro 15, 2010

PARABÉNS RENATO SANTANA: JORNALISTA DA VERDADE E DA JUSTIÇA!



Quinta-feira, 14 de outubro de 2010 - 17h53

Crimes de Maio

Repórter de A Tribuna ganha Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog

De A Tribuna On-line


Créditos: Reprodução
Capa da primeira edição da série Crimes de Maio, publicada no dia 25 de abril

O repórter de A Tribuna Renato Santana foi o vencedor da 32ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, categoria jornais, pela série de reportagens Crimes de Maio, publicada entre os dias 25 e 30 de abril deste ano.

As matérias tinham o objetivo de sensibilizar a sociedade e apresentar um balanço após quatro anos dos atentados atribuídos a membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e a policiais militares que fazem parte de grupos de extermínio. A violência gerou um saldo assustador: a morte de 564 pessoas em todo o Estado de São Paulo, sendo 60 na Baixada Santista.

Para elaborar a série, Santana precisou entrar em contato com parentes das vítimas e com os próprios sobreviventes do massacre e com policiais envolvidos nos crimes.

''Dois anos após os ataques, os crimes foram arquivados a pedido do Ministério Público. Quatro anos depois dos atentados, ninguém havia sido punido. Por isso, a ideia foi a de elaborar reportagens lembrando esses crimes e mostrando como os direitos humanos estavam sendo feridos, como a impunidade reinava nessa questão''.

Naquele mês de maio de 2006, 21 dias de violência aterrorizaram várias cidades de São Paulo. Um revide aos ataques ocorridos no Dia das Mães, quando vários policiais militares foram mortos por integrantes do PCC.

Ao encontrar parentes e sobvreviventes da violência, Santana vivenciou o drama que se seguiu após os crimes. ''Eles ainda lutam por justiça e são ameaçados. Os relatos mais dramáticos foram os de quem escapou das chacinas. Essas famílias foram arrebentadas e foi doloroso ficar perto delas''.

Lição

O repórter debruçou no tema por cerca de um mês e meio, até a a publicação da última edição da série, em 30 de abril. A dedicação a essa missão investigativa fez com que exaltasse a importância da verdadeira reportagem. ''Jornalismo sem reportagem é meio jornalismo'', afirma.

A públicação da série teve resultados. A Assembleia Legislativa implantou uma força-tarefa para resgatar o assunto e promoveu uma audiência pública em Santos, envolvendo todas as partes relacionadas aos espisódios. Por conta disso, a corregedoria da Polícia Militar reabriu as investigações sobre o envolvimento de policiais militares em grupos de extermínio.

''O prêmio tem uma importância especial, por ter sido organizado ainda no período da ditadura militar, em homenagem a um dos maiores jornalistas da história desse País - Vladmir Herzog, assassinado nos porões da ditadura. Essa conquista reconhece a importância do assunto, que é uma ferida para nós''.

A entrega do Prêmio Vladmir Herzog ocorrerá no dia 25 de outubro, às 19h30, no Tuca, Teatro da Universidade Católica de São Paulo.

O prêmio

O prêmio Vladimir Herzog elege anualmente os melhores trabalhos jornalísticos que denunciam a repressão e o atropelo aos Direitos Humanos. A primeira edição ocorreu em 1978, durante a ditadura militar, com o objetivo de estimular os jornalistas a denunciar abusos.

O nome da premiação é baseado na memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências do DOI/CODI, no ano de 1975, em São Paulo, que virou símbolo da liberdade de imprensa e Direitos Humanos no Brasil.

De acordo com a organização do prêmio Vladimir Herzog, mais de 300 trabalhos de todo o País concorrem a cada ano em onze categorias: Livro-reportagem / Artes / Fotografia / Jornais / Literatura / Rádio / Revista / Teatro / TV – Documentário e/ou Especial / TV – Jornalismo Diário e Imagem de TV.

Leia as reportagens da série 'Crimes de Maio':

Dia 25 de abril

Quatro anos. E ninguém foi punido

Dia 26 de abril

Polícia nega grupos de extermínio

Dia 27 de abril

Eles morreram. Ficaram as dúvidas

Dia 28 de abril

À noite e disfarçados. Assim agem os justiceiros

Dia 29 de abril

Justiça, não. Violação dos direitos da sociedade

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