O projeto O Autor na Praça começou no dia 1º de Maio de 1999 e teve como primeiro convidado o dramaturgo e escritor Plínio marcos, que se tornou padrinho do projeto e dá nome ao espaço onde acontece (tenda na feira de Artes da Praça Benedito Calixto), naquela ocasião Plínio autografou uma nova edição do livro “Querô – uma repostagem maldita”. Além de comemorar os 13 anos do projeto e do espaço Plínio Marcos, vamos manifestar nosso apoio ao movimento por justiça contra a violência policial ocorrida em maio de 2006, recebendo o Movimento “Mães de Maio”, em tarde de autógrafos do livro “Do Luto à Luta”, leituras e depoimentos. Contaremos também com a participação do Stand Raizarte, que reúne mulheres vendedoras da Revista OCAS e a presença do cartunista Gilmar, que recebeu o prêmio Vladimir Herzog em 2006 com a charge “Matou, Morreu” sobre o confronto entre a Polícia Militar e o PCC. Outras informações abaixo.
O Autor na Praça celebra 13 anos e recebe as “Mães de Maio”.
Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto – Pinheiros
Dia 19 de maio, sábado, a partir das 15h. (evento em espaço aberto ao público).
Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 7105 0551 - oanp@uol.com.br.
Realização: Edson Lima & AAPBC. Apoio: AEUSP, Grupo Tortura Nunca Mais, Consulado Mineiro e O Cantinho Português.
Os Crimes de Maio de 2006 podem ser definidos como uma matança decorrente da contra-ofensiva da polícia de São Paulo aos ataques da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio de 2006. De acordo com a própria Secretaria de Segurança Pública, o PCC foi responsável pela morte de 47 pessoas. No entanto, no período de 12 a 20 de maio, 493 pessoas foram assassinadas por armas de fogo, de acordo com informações do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). Ou seja, os demais 446 assassinatos entraram para as estatísticas de crimes não esclarecidos. Há fortes indícios de que as mortes tenham sido praticadas por policiais em represália aos ataques do PCC. Os episódios teriam sido provocados por uma guerra entre bandidos e os agentes do Estado de São Paulo. Os policiais estavam sob o comando do então secretário de Segurança Pública, Saulo Abreu de Castro, que ordenou para todos os policiais saírem “à caça dos suspeitos”. Parentes das vítimas desses crimes iniciaram uma luta por justiça e para que esses crimes não caíssem no esquecimento. Nasceu assim o movimento Mães de Maio.
Mães de Maio - É uma rede de Mães, Familiares e Amigos de vítimas da violência do Estado Brasileiro (principalmente da Polícia), formado aqui no estado de São Paulo a partir dos famigerados Crimes de Maio de 2006. Foi a partir da Dor e do Luto gerado pela perda de nossos filhos, familiares e amigos que nos encontramos, nos reunimos e passamos a caminhar juntas. “Nossa missão é lutar pela Verdade, pela Memória e por Justiça para todas as vítimas da violência contra a população Pobre, Negra, Indígena e contra os Movimentos Sociais brasileiros, de Ontem e de Hoje. Verdade e Justiça não apenas para os mortos e desaparecidos dos Crimes de Maio de 2006 ou dos Crimes de Abril de 2010, mas para todas as vítimas do massacre contínuo que o estado pratica historicamente no país. Nosso objetivo maior é construir, na Prática e na Luta, uma sociedade realmente Justa e Livre.” (www.maesdemaio.blogspot.com.br).
Sobre o livro “Do Luto a Luta” – Lançado para lembrar os cinco anos dos crimes de Maio de 2006, apresenta relatos das mães, poesias e contribuições em forma de artigo sobre a luta em prol dos direitos humanos de organizações parceiras das Mães de Maio. Reúne textos de mães e familiares: Débora Maria (mãe de Edson Rogério), Ednalva Santos (mãe de Marcos), Vera de Freitas (mãe de Mateus), Francisco Gomes (pai de Paulo), Francilene Gomes (irmã de Paulo), Ângela Moraes (mãe de Murilo), Rita de Cássia (mãe de Rogério) e Flávia Gonzaga (mãe de Marcos Paulo). Traz também poesias de escritores periféricos: Sérgio Vaz (Cooperifa), Michel Yakini (Elo da Corrente), Sarau da Brasa, Marcelino Freire, Rodrigo Ciríaco (Cooperifa e Mesquiteiros), Poeta Dinha, Hélber Ladislau (Cooperifa), Rapper GOG (DF), Jairo Periafricania (Cooperifa) e Armando Santos (São Vicente-SP). Também inclui análises de outros parceiros, entre eles Luiz Inácio, membro do Fórum Estadual de Juventude Negra (Fejunes), que escreve sobre o extermínio da juventude negra no Espírito Santo. Os demais parcerios são Rede Contra a Violência (RJ), Alípio Freire, Danilo Dara, Jan Rocha, Lio Nzumbi (Reaja-BA), Sérgio Sérvulo e Tatiana Merlino. As Ilustrações ficaram por conta do artista-parceiro Carlos Latuff (RJ), e o Projeto Gráfico pela companheira-designer Silvana Martins (Sarau da Ademar). O livro foi apoiado e só poderia ter sido realizado com a importante força das compa-jornalistas Ali Rocha, Maria Frô e Rose Nogueira, além do apoio fundamental do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Preço solidário: R$ 10,00
O stand Raizarte é uma livraria circular, que tem por objetivo de trazer um grupo de mulheres vendedoras da “Revista Ocas" e de outras literaturas para geração de renda de forma alternativa e autônoma. O Stand circula por festas, reuniões, eventos e faculdades levando a literatura e a informação para as pessoas, independente de adquirirem nosso material, porque além da venda nos importa informar e manter a comunicação, alegria e aproximação com todos, podendo também, nessa forma de trabalho, mostrar nossa arte.
Gilmar - É cartunista, tem mais de 40 anos, publica seus desenhos em jornais, revistas e livros. É autor de cinco coletâneas de tiras, três delas adotadas pelo governo para distribuição em bibliotecas públicas. O livro mais recente: “Ocre - Quadrinhos não recomendáveis para pessoas românticas”. Recebeu o prêmio HQ MIX de melhor cartunista brasileiro e em 2006 conquistou o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog com a Charge “Matou Morreu” sobre o enfrentamento da polícia e o PCC em 2006. Saiba mais: www.gilmaronline.zip.net.
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