NOVO MANIFESTO PELA FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES DE MAIO, E FIM DA "RESISTÊNCIA SEGUIDA DE MORTE"

quinta-feira, maio 24, 2012

CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE AO ARSÊNIO E FAMÍLIA


+ 1 vítima brutal da violência e do descaso do Estado

Arsênio, sua esposa e se filhinho recém-nascido: família inteira é vítima do Estado

Vítima dos Crimes de Abril de 2011, promovidos por agentes do Estado na Baixada Santista, o guerrêro Arsênio de Oliveira Júnior, 35 anos, recebeu oito tiros (sendo cinco no tórax), ficou paraplégico, perdeu seu emprego (sustento de sua família, mulher e três filhos), e não recebeu qualquer reparação, nem recebe qualquer auxílio do Estado. Acolhidos na casa da mãe de Arsênio, eles dividem um pequeno apartamento com outras nove pessoas e dependem de doações para comer. O INSS não aprovou o benefício por invalidez porque a mãe de Arsênio é pensionista. O valor só é concedido quando a renda da casa é inferior a um quarto de salário mínimo. O Estado também não indenizou o ex-garçom.

Por isso a gente decidiu apoiá-lo incondicionalmente, Nós por Nós mesm@s.

Assim começamos a partir de hoje uma Campanha de Solidariedade a este Guerrêro e toda sua Família, principalmente sua esposa (que também foi prejudicada no seu emprego, afinal fica lado-a-lado ajudando o marido), e seus três filhinhos pequenos (o mais novo, recém-nascido, na foto acima).

Para colaborar, favor depositar qualquer quantia na seguinte conta bancária:

BANCO: Caixa Econômica Federal
AGÊNCIA: 1233 (Gonzaga - Santos-SP)
CONTA: 01300152426-9
CPF: 279.171.768-43

Entendam ainda melhor o caso:

VÍTIMA DE ATENTADO NA BAIXADA VIVE NA MISÉRIA

Sobrevivente de ataque cometido por PM do carro preto está preso a cadeira de rodas e depende de doações

Thaís Nunes
thais.nunes@diariosp.com.br
Sergio Tomisaki/Diário SP

Se pudesse voltar no tempo, Arsênio de Oliveira Júnior, 35 anos, teria ficado em casa na noite de 10 de abril de 2011. Ele e o amigo Paulo Roberto Barnabé, de 34, tinham jantado em um quiosque na orla de Santos, Litoral Sul, e voltavam a pé para casa quando um motorista os parou para pedir informação. Dentro do carro preto, estava o soldado André Aparecido dos Santos. O PM foi responsável por uma série de atentados naquela madrugada. Paulo morreu com um tiro no coração. Arsênio ficou paraplégico.

Oito tiros atingiram Arsênio, cinco no tórax. O primeiro deles comprometeu o movimento de suas pernas. Mesmo assim, ele lutou contra o PM. “Você ainda não morreu, seu f...?”. Essa foi a única frase dita pelo homem que mudou o rumo de sua vida para sempre.

Depois de ver o amigo agonizar até a morte, Arsênio desmaiou. Acordou quatro dias depois na UTI. A mulher, Erika Kinikel de Andrade, 39 anos, estava grávida de sete meses. Uma semana após o atentado, ela teve uma crise nervosa e deu à luz no banheiro. Miguel, o caçula dos três filhos do casal, nasceu com saúde. Pai e filho se conheceram no hospital.

O soldado Aparecido está no Presídio Romão Gomes aguardando julgamento. Mas a prisão não ameniza os danos causados à vida de Arsênio. Preso a uma cadeira de rodas, com seis balas alojadas no corpo, ele e a família vivem na miséria.

VIDA CAÓTICA / O futebol no final de semana e os passeios de bicicleta viraram lembranças. “Preciso de ajuda até para acender a luz”, lamenta Arsênio, que supera um quadro profundo de depressão. Antes do atentado, ele fazia bicos como garçom e vendedor ambulante na Vila Belmiro. A renda mensal era de R$ 3 mil. A paralisia e as dores o impedem de trabalhar. Erika também tem de ficar em casa para cuidar do marido e das crianças. “A nossa renda hoje é zero”, contam.

Acolhidos na casa da mãe de Arsênio, eles dividem um pequeno apartamento com outras nove pessoas e dependem de doações para comer.

O INSS não aprovou o benefício por invalidez porque a mãe de Arsênio é pensionista. O valor só é concedido quando a renda da casa é inferior a um quarto de salário mínimo. O estado também não indenizou o ex-garçom. Até a fisioterapia, necessária para a recuperação de Arsênio, está parada porque o transporte oferecido pelo governo municipal de Santos parou de pegá-lo. “A lesão medular que tive é reversível. Eu posso voltar a andar um dia e é essa esperança que me dá ânimo para continuar a viver”, diz.

Crimes de PMs aconteceram no mesmo dia, hora e cidade
Foi entre a noite do dia 10 e a madrugada do dia 11 de abril, exatamente um ano após o atentado que deixou Arsênio paraplégico, que a onda de violência que aterroriza a Baixada Santista começou. A morte de um PM foi o estopim para o início dos ataques deste e dos outros anos.

Arsênio não tem dúvidas: os casos estão interligados. Durante a investigação dos crimes cometidos pelo soldado Aparecido, a polícia levantou a hipótese de que os atentados seriam um teste para que o soldado fosse admitido no grupo de extermínio “Ninjas”, responsável pela morte de 22 pessoas em abril de 2010. A hipótese nunca foi comprovada.

Nesta quinta-feira, três policiais militares foram presos pela execução de duas pessoas em Santos. A participação deles é investigada em outros seis assassinatos e cinco tentativas. Assim como Aparecido, o trio trabalhava no 6º Batalhão. A Corregedoria nega que um grupo de extermínio continue atuando na Baixada Santista.

(extraído de http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/20583/Vitima+de+atentado+na+Baixada+vive+na+miseria )

sexta-feira, maio 18, 2012

SÁBADO (19/05): Mães recebem IV Prêmio “CARRANO” de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos





Imagem do Prêmio

18 de maio é o dia Nacional da Luta Antimanicomial e no dia 27 de maio completam-se quatro anos da morte de um dos maiores militantes desta Luta: Austregésilo Carrano Bueno, dramaturgo e escritor, que se empenhou até o fim de sua vida pelo fim dos manicômios no Brasil. Carrano – como Nise de Silveira - se destacou na Luta Antimanicomial. Eleito representante dos usuários em congresso na cidade de Xerém-RJ, atuou muitos anos na Comissão Nacional de Reforma Psiquiátrica do Ministério da Saúde, chegando a receber, em 2003, uma homenagem das mãos do presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, por seu total envolvimento na Reforma Psiquiátrica. Além das torturas e sessões de eletrochoques sofridas nos tempos em que foi isolado do convívio social e confinado “em chiqueiros psiquiátricos”, como dizia, Carrano sofreu vários processos judiciais por sua militância, principalmente por parte dos familiares dos médicos responsáveis pelos “tratamentos” recebidos nas passagens pelos manicômios onde esteve internado, por quase três anos. Após o confinamento escreveu o seu drama no livro “Canto dos Malditos” que originou o filme “Bicho de sete cabeças”, de 2001, primeiro longa-metragem dirigido por Lais Bodanzky, que revelou o jovem ator Rodrigo Santoro e se tornou o filme mais premiado do cinema brasileiro. A repercussão da obra no cinema e o livro intensificaram uma revolucionária mudança na Reforma Psiquiátrica no Brasil. Carrano nunca desistiu de seus ideais e sonhos por uma sociedade mais humana que trata a todos sem diferenças, continuou militando até seus últimos dias no Movimento da Luta antimanicomial, mesmo com a saúde debilitada e condições financeiras precárias - morreu condenado a pagar 60 mil reais para os médicos do qual foi “cobaia humana”, recebendo 21 eletrochoques e outras violências - sobre isso ele falava: "Estou condenado a indenizar as famílias dos torturadores dos quais fui vítima", mesmo nessas condições, no dia 18 de maio de 2008, participou do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, Belo Horizonte, vindo a falecer nove dias depois.

O Prêmio é um movimento para que a sua voz não se cale e seu nome continue vivo não só no Movimento de Luta Antimanicomial, como nos direitos da humanidade em geral, criado em 2009, o Prêmio CARRANO de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos tem como objetivo dar continuidade a sua luta por uma mudança nas condições de tratamento de pessoas em sofrimento mental, fazendo valer a Lei nº 10.216/2001 da reforma Psiquiátrica no Brasil, da qual Carrano foi um dos maiores defensores e críticos. O troféu é entregue anualmente a 13 pessoas e instituições, que com sua arte e atitudes contribuem com os dois temas, denunciando e manifestando sua indignação contra quaisquer violações dos Direitos Humanos, especialmente no que se refere às pessoas nas condições de sofrimento mental. Em 2009 criamos o coletivo Gato Seco – Nos telhados da Loucura, que tem o papel da organização do Prêmio. O coletivo é formado por Edson Lima coordenador do projeto O Autor na Praça, Erton Moraes escritor, compositor e músico do Movimento TrokaosLixo, Lobão, integrante do Movimento 1daSul e Sarau do Cooperifa, agitador e grande amigo de Carrano, a produtora cultural Nádila Paiva, o educador Adriano “Mogli” Vieira, a escritora e produtora Paloma Kliss do projeto Literatura Nômade, a psicóloga Patrícia Villas-Bôas, a poeta Tula Pilar, o músico e compositor Léo Dumont e  outros amigos de Carrano. Trata-se de um grupo aberto a pessoas e instituições interessadas em participar e colaborar com esta iniciativa.

A entrega do IV Prêmio Carrano será no dia 19 de maio, sábado, na semana do dia nacional de Luta Antimanicomial (18/05), próximo à data de nascimento de Austregésilo Carrano Bueno: 15 de maio de 1957. Os convidados para receber o prêmio este ano são: Ana Elisa Siqueira, Associação Capão Cidadão, Cia de Artes Balú, Carlos Giannazi, CRP-SP, Elke Maravilha, Givanildo Manoel da Silva “Giva”, José Roberto Aguilar, Leci Brandão, Mães de Maio, Marcos Garcia, Multirão Cultural da Quebrada e Roberto de Jesus. Além da entrega do prêmio faremos uma homenagem ao escritor Lima Barreto com exibição de documentário, leituras, apresentações musicais e performances com a participação do músico e compositor Léo Dumont, o poeta e bailarino Ricardo Carneiro e Silva, o artista plástico D’Ollynda e outros convidados. Estarão disponíveis os dois últimos livros publicados por Carrano em parceria com o selo editorial O Autor na Praça com textos de teatro: “Canto dos Malditos” e “O Sapatão e a Travesti”. Veja mais informações sobre Carrano e os convidados aqui.

Vídeo com o Senador Eduardo Suplicy sobre o Prêmio em 2010: http://www.youtube.com/watch?v=XafXh0_Idlg.

Serviço:

IV Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos

Data: dia 19 de maio de 2012, sábado, a partir das 19h – Entrada Franca - Local: Auditório da Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima.

Av. Henrique Schaumann, 777 (Esq. Rua Cardeal Arcoverde) - Pinheiros – SP – Tel. 3082 5023

Realização: coletivo Gato Seco – Nos telhados da Loucura - Apoio: O Autor na Praça, Movimento Trokaoslixo, Fórum Paulista de Luta Antimanicomial, Movimento Nacional de Luta Antimanicomial, Grupo Tortura Nunca Mais, AEUSP – Associação dos Educadores da USP, CRP-SP Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, O Cantinho Português, Max Design, Enlace Média, Artver, Tchês Burguer, Prefeitura do Município de São Paulo / Departamento de Bibliotecas e outras instituições ligadas ao tema.

SÁBADO (19/05): "Mães de Maio" autografando o livro "Do Luto à Luta"




Ilustração do Livro por Latuff

O projeto O Autor na Praça começou no dia 1º de Maio de 1999 e teve como primeiro convidado o dramaturgo e escritor Plínio marcos, que se tornou padrinho do projeto e dá nome ao espaço onde acontece (tenda na feira de Artes da Praça Benedito Calixto), naquela ocasião Plínio autografou uma nova edição do livro “Querô – uma repostagem maldita”. Além de comemorar os 13 anos do projeto e do espaço Plínio Marcos, vamos manifestar nosso apoio ao movimento por justiça contra a violência policial ocorrida em maio de 2006, recebendo o Movimento “Mães de Maio”, em tarde de autógrafos do livro “Do Luto à Luta”, leituras e depoimentos. Contaremos também com a participação do Stand Raizarte, que reúne mulheres vendedoras da Revista OCAS e a presença do cartunista Gilmar, que recebeu o prêmio Vladimir Herzog em 2006 com a charge “Matou, Morreu” sobre o confronto entre a Polícia Militar e o PCC.  Outras informações abaixo.

O Autor na Praça celebra 13 anos e recebe as “Mães de Maio”. - Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto – Pinheiros
Dia 19 de maio, sábado, a partir das 15h. (evento em espaço aberto ao público) - Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 7105 0551 - edsonlima@oautornapraca.com.br
Realização: Edson Lima & AAPBC. Apoio: AEUSP, Grupo Tortura Nunca Mais, Consulado Mineiro e O Cantinho Português.

Os Crimes de Maio de 2006 podem ser definidos como uma matança decorrente da contra-ofensiva da polícia de São Paulo aos ataques da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio de 2006. De acordo com a própria Secretaria de Segurança Pública, o PCC foi responsável pela morte de 47 pessoas. No entanto, no período de 12 a 20 de maio, 493 pessoas foram assassinadas por armas de fogo, de acordo com informações do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). Ou seja, os demais 446 assassinatos entraram para as estatísticas de crimes não esclarecidos. Há fortes indícios de que as mortes tenham sido praticadas por policiais em represália aos ataques do PCC. Os episódios teriam sido provocados por uma guerra entre bandidos e os agentes do Estado de São Paulo. Os policiais estavam sob o comando do então secretário de Segurança Pública, Saulo Abreu de Castro, que ordenou para todos os policiais saírem “à caça dos suspeitos”. Parentes das vítimas desses crimes iniciaram uma luta por justiça e para que esses crimes não caíssem no esquecimento. Nasceu assim o movimento Mães de Maio.

Mães de Maio - É uma rede de Mães, Familiares e Amigos de vítimas da violência do Estado Brasileiro (principalmente da Polícia), formado aqui no estado de São Paulo a partir dos famigerados Crimes de Maio de 2006. Foi a partir da Dor e do Luto gerado pela perda de nossos filhos, familiares e amigos que nos encontramos, nos reunimos e passamos a caminhar juntas. “Nossa missão é lutar pela Verdade, pela Memória e por Justiça para todas as vítimas da violência contra a população Pobre, Negra, Indígena e contra os Movimentos Sociais brasileiros, de Ontem e de Hoje. Verdade e Justiça não apenas para os mortos e desaparecidos dos Crimes de Maio de 2006 ou dos Crimes de Abril de 2010, mas para todas as vítimas do massacre contínuo que o estado pratica historicamente no país. Nosso objetivo maior é construir, na Prática e na Luta, uma sociedade realmente Justa e Livre.” (www.maesdemaio.blogspot.com.br).

Sobre o livro “Do Luto a Luta” – Lançado para lembrar os cinco anos dos crimes de Maio de 2006, apresenta relatos das mães, poesias e contribuições em forma de artigo sobre a luta em prol dos direitos humanos de organizações parceiras das Mães de Maio. Reúne textos de mães e familiares: Débora Maria (mãe de Edson Rogério), Ednalva Santos (mãe de Marcos), Vera de Freitas (mãe de Mateus), Francisco Gomes (pai de Paulo), Francilene Gomes (irmã de Paulo), Ângela Moraes (mãe de Murilo), Rita de Cássia (mãe de Rogério) e Flávia Gonzaga (mãe de Marcos Paulo). Traz também poesias de escritores periféricos: Sérgio Vaz (Cooperifa), Michel Yakini (Elo da Corrente), Sarau da Brasa, Marcelino Freire, Rodrigo Ciríaco (Cooperifa e Mesquiteiros), Poeta Dinha, Hélber Ladislau (Cooperifa), Rapper GOG (DF), Jairo Periafricania (Cooperifa) e Armando Santos (São Vicente-SP). Também inclui análises de outros parceiros, entre eles Luiz Inácio, membro do Fórum Estadual de Juventude Negra (Fejunes), que escreve sobre o extermínio da juventude negra no Espírito Santo. Os demais parcerios são Rede Contra a Violência (RJ), Alípio Freire, Danilo Dara, Jan Rocha, Lio Nzumbi (Reaja-BA), Sérgio Sérvulo e Tatiana Merlino. As Ilustrações ficaram por conta do artista-parceiro Carlos Latuff (RJ), e o Projeto Gráfico pela companheira-designer Silvana Martins (Sarau da Ademar). O livro foi apoiado e só poderia ter sido realizado com a importante força das compa-jornalistas Ali Rocha, Maria Frô e Rose Nogueira, além do apoio fundamental do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Preço solidário: R$ 10,00

NESTE SÁBADO (19/05): O AUTOR NA PRAÇA COMEMORA 13 ANOS RECEBENDO AS "MÃES DE MAIO"



O projeto O Autor na Praça começou no dia 1º de Maio de 1999 e teve como primeiro convidado o dramaturgo e escritor Plínio marcos, que se tornou padrinho do projeto e dá nome ao espaço onde acontece (tenda na feira de Artes da Praça Benedito Calixto), naquela ocasião Plínio autografou uma nova edição do livro “Querô – uma repostagem maldita”. Além de comemorar os 13 anos do projeto e do espaço Plínio Marcos, vamos manifestar nosso apoio ao movimento por justiça contra a violência policial ocorrida em maio de 2006, recebendo o Movimento “Mães de Maio”, em tarde de autógrafos do livro “Do Luto à Luta”, leituras e depoimentos. Contaremos também com a participação do Stand Raizarte, que reúne mulheres vendedoras da Revista OCAS e a presença do cartunista Gilmar, que recebeu o prêmio Vladimir Herzog em 2006 com a charge “Matou, Morreu” sobre o confronto entre a Polícia Militar e o PCC. Outras informações abaixo.


O Autor na Praça celebra 13 anos e recebe as “Mães de Maio”.
Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto – Pinheiros 
Dia 19 de maio, sábado, a partir das 15h. (evento em espaço aberto ao público).
Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 7105 0551 - oanp@uol.com.br. 
Realização: Edson Lima & AAPBC. Apoio: AEUSP, Grupo Tortura Nunca Mais, Consulado Mineiro e O Cantinho Português.


Os Crimes de Maio de 2006 podem ser definidos como uma matança decorrente da contra-ofensiva da polícia de São Paulo aos ataques da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio de 2006. De acordo com a própria Secretaria de Segurança Pública, o PCC foi responsável pela morte de 47 pessoas. No entanto, no período de 12 a 20 de maio, 493 pessoas foram assassinadas por armas de fogo, de acordo com informações do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). Ou seja, os demais 446 assassinatos entraram para as estatísticas de crimes não esclarecidos. Há fortes indícios de que as mortes tenham sido praticadas por policiais em represália aos ataques do PCC. Os episódios teriam sido provocados por uma guerra entre bandidos e os agentes do Estado de São Paulo. Os policiais estavam sob o comando do então secretário de Segurança Pública, Saulo Abreu de Castro, que ordenou para todos os policiais saírem “à caça dos suspeitos”. Parentes das vítimas desses crimes iniciaram uma luta por justiça e para que esses crimes não caíssem no esquecimento. Nasceu assim o movimento Mães de Maio.


Mães de Maio - É uma rede de Mães, Familiares e Amigos de vítimas da violência do Estado Brasileiro (principalmente da Polícia), formado aqui no estado de São Paulo a partir dos famigerados Crimes de Maio de 2006. Foi a partir da Dor e do Luto gerado pela perda de nossos filhos, familiares e amigos que nos encontramos, nos reunimos e passamos a caminhar juntas. “Nossa missão é lutar pela Verdade, pela Memória e por Justiça para todas as vítimas da violência contra a população Pobre, Negra, Indígena e contra os Movimentos Sociais brasileiros, de Ontem e de Hoje. Verdade e Justiça não apenas para os mortos e desaparecidos dos Crimes de Maio de 2006 ou dos Crimes de Abril de 2010, mas para todas as vítimas do massacre contínuo que o estado pratica historicamente no país. Nosso objetivo maior é construir, na Prática e na Luta, uma sociedade realmente Justa e Livre.” (www.maesdemaio.blogspot.com.br).


Sobre o livro “Do Luto a Luta” – Lançado para lembrar os cinco anos dos crimes de Maio de 2006, apresenta relatos das mães, poesias e contribuições em forma de artigo sobre a luta em prol dos direitos humanos de organizações parceiras das Mães de Maio. Reúne textos de mães e familiares: Débora Maria (mãe de Edson Rogério), Ednalva Santos (mãe de Marcos), Vera de Freitas (mãe de Mateus), Francisco Gomes (pai de Paulo), Francilene Gomes (irmã de Paulo), Ângela Moraes (mãe de Murilo), Rita de Cássia (mãe de Rogério) e Flávia Gonzaga (mãe de Marcos Paulo). Traz também poesias de escritores periféricos: Sérgio Vaz (Cooperifa), Michel Yakini (Elo da Corrente), Sarau da Brasa, Marcelino Freire, Rodrigo Ciríaco (Cooperifa e Mesquiteiros), Poeta Dinha, Hélber Ladislau (Cooperifa), Rapper GOG (DF), Jairo Periafricania (Cooperifa) e Armando Santos (São Vicente-SP). Também inclui análises de outros parceiros, entre eles Luiz Inácio, membro do Fórum Estadual de Juventude Negra (Fejunes), que escreve sobre o extermínio da juventude negra no Espírito Santo. Os demais parcerios são Rede Contra a Violência (RJ), Alípio Freire, Danilo Dara, Jan Rocha, Lio Nzumbi (Reaja-BA), Sérgio Sérvulo e Tatiana Merlino. As Ilustrações ficaram por conta do artista-parceiro Carlos Latuff (RJ), e o Projeto Gráfico pela companheira-designer Silvana Martins (Sarau da Ademar). O livro foi apoiado e só poderia ter sido realizado com a importante força das compa-jornalistas Ali Rocha, Maria Frô e Rose Nogueira, além do apoio fundamental do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Preço solidário: R$ 10,00


O stand Raizarte é uma livraria circular, que tem por objetivo de trazer um grupo de mulheres vendedoras da “Revista Ocas" e de outras literaturas para geração de renda de forma alternativa e autônoma. O Stand circula por festas, reuniões, eventos e faculdades levando a literatura e a informação para as pessoas, independente de adquirirem nosso material, porque além da venda nos importa informar e manter a comunicação, alegria e aproximação com todos, podendo também, nessa forma de trabalho, mostrar nossa arte.


Gilmar - É cartunista, tem mais de 40 anos, publica seus desenhos em jornais, revistas e livros. É autor de cinco coletâneas de tiras, três delas adotadas pelo governo para distribuição em bibliotecas públicas. O livro mais recente: “Ocre - Quadrinhos não recomendáveis para pessoas românticas”. Recebeu o prêmio HQ MIX de melhor cartunista brasileiro e em 2006 conquistou o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog com a Charge “Matou Morreu” sobre o enfrentamento da polícia e o PCC em 2006. Saiba mais: www.gilmaronline.zip.net.

terça-feira, maio 08, 2012

6 Anos das Mães de Maio - Paz na Baixada Santista!




CONFIRAM A PROGRAMAÇÃO CLICANDO NO CARTAZ ACIMA


Em Maio de 2006, há exatos 6 Anos, a vida de muitas de nós começava a mudar radicalmente: tivemos nossos filhos tirados do convívio familiar violentamente por agentes do Estado Brasileiro e por Grupos de Extermínio ligados a ele durante os terríveis Crimes de Maio, em todo estado de São Paulo. Foram mais de 500 mortes em pouco mais de uma semana, naquilo que se configurou como o maior Massacre da Democracia Brasileira Contemporânea contra sua própria população civil. O nosso movimento de Mães, Familiares e Amig@s de vítimas do Estado surgiria, infelizmente, a partir deste trágico episódio.

Passados 6 anos, muitos passos demos no sentido do nosso Direito à Memória e à Verdade, à Justiça e à Liberdade! Hoje muito mais gente sabe o quê verdadeiramente ocorreu naqueles dias sangrentos, de ataques massivos de agentes do estado contra jovens pobres e negros - dias em que se intensificou brutalmente uma prática que eles seguem fazendo cotidianamente pelas periferias do país. De lá pra cá, conseguimos algumas vitórias pontuais – como a primeira condenação formal do estado pelo Tribunal de Justiça de SP no caso de Edson Rogério da Silva, o reconhecimento cotidiano de toda nossa Luta... Porém tudo muito pequeno frente à violência impune que segue assolando a nossa classe, principalmente nossa juventude, portanto frente aos desafios que temos em diante. Quase todos os casos de mortos e desaparecidos em Maio de 2006 seguem totalmente arquivados, e o pior segue ocorrendo todos os dias pelas ruas das cidades...

Nas últimas semanas, pelo terceiro ano consecutivo, a Baixada Santista tem sido vítima de uma nova onda de Terror de Estado promovido por agentes policiais, paramilitares e grupos de extermínio a ele ligados, que seguem praticando execuções sumárias, prisões abusivas e até mesmo toques de recolher pelas periferias afora, sobretudo na Zona Noroeste da Baixada. E é exatamente pra lutar contra este cenário de guerra que marcamos a principal atividade de nosso movimento para este ano para aqui, na Praça da Paz Celestial, no coração da Zona Noroeste – muito próximo inclusive do local onde assassinaram, no último 28 de Abril. Ele que foi o 5º MC de Funk assassinado nos últimos 3 anos, todos eles durantes os meses de Abril...

Neste Sábado (12/05), a partir das 11 horas da manhã, reuniremos vários grupos de Rap e Música Popular (Anexo Verbal, Cientistas MCs, Família Ducorre, Guerreiroz do Capão, Versão Popular e Yzalú), Saraus Periféricos de São Paulo (da Ademar, Brasa, Casa, Elo da Corrente, Marginaliaria, Mesquiteiros, Perifatividade e Vila Fundão), e outras Redes de Luta (Rede Contra Violência – RJ, Rede 02 de Outubro, Rede Nacional de Familiares de Vítimas do Estado) que se somarão a nós e nossas organizações parceiras da Baixada Santista (a rapaziada da Educafro, o PROCURU – Projeto Cultura de Rua, o Movimento Sindical de toda Baixada, a Rádio da Juventude, a Igreja). Faremos uma Grande Atividade de Luta e de Amor pela Vida!

A partir das 11hs teremos inúmeras Intervenções Culturais, muita Poesia, muita Música, Troca de Idéia e uma Grande Surpresa em Homenagem a tod@s noss@s mort@s, vítimas históricas do Estado Brasileiro. Sempre presentes em nossa Luta!


SÁBADO (12/05), A PARTIR DAS 11HS
NA PRAÇA DA PAZ CELESTIAL
ZONA NOROESTE DE SANTOS