NOVO MANIFESTO PELA FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES DE MAIO, E FIM DA "RESISTÊNCIA SEGUIDA DE MORTE"

segunda-feira, maio 31, 2010

REPÚDIO À SECRETARIA SE SEGURANÇA DE SP, E TODA SOLIDARIEDADE À DONA ELZA


Dona Elza recebe solidariedade das Mães de Maio (SP) e Rede Contra Violência (RJ)


COMUNICADO DAS MÃES DE MAIO - SÃO PAULO, 29 DE MAIO DE 2010

Estimad@s Compas:

As Mães de Maio vêm por meio deste breve Comunicado manifestar o nosso repúdio à Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo por mais um caso absurdo de negligência e impunidade.

Recebemos com extrema revolta a notícia de que os 12 policiais envolvidos na Tortura e no Assassinato do jovem motoboy Eduardo Luís dos Santos foram simplesmente liberados, sob a alegação de que se encerrou o prazo de sua prisão temporária.

Mais uma vez o Estado mostra a diferença absurda que ele trata a população pobre e negra em geral - que super-lota as casas de detenção e penitenciárias, na maioria dos casos por pequenos furtos de pote de margarina - em relação à forma como o Estado trata os ricos e seus próprios agentes pelos verdadeiros crimes contra a humanidade: raramente há investigação correta; quase sempre se tem uma desculpa ou um valor de fiança (formal ou extra-legal) para conseguir-se a liberação - o quê facilita muito a fuga e a queda no esquecimento; quase nunca chega-se à Verdade e à Justiça, perdurando-se assim a desigualdade, a impunidade deles e proliferando mais casos de torturas e de assassinatos cometidos por agentes do Estado e os grupos paramilitares de extermínio ligados a eles.

NOS SOLIDARIZAMOS COMPLETAMENTE COM COMPANHEIRA DONA ELZA DOS SANTOS, Mãe de Eduardo: tenha certeza, Guerreira, que estamos e estaremos juntas! O Tempo é Rei! A Verdade sempre prevalece!

MATANÇA NUNCA MAIS!

FIRMES NA LUTA!
MÃES DE MAIO


Vejam a notícia:

FOLHA DE S. PAULO
São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

Soltos PMs acusados de matar motoboy
Os 12 policiais foram libertados ontem, ao final da prisão temporária; vítima teria sido torturada até a morte

Segundo o Ministério Público, promotor só recebeu o inquérito da Corregedoria da PM na 5ª e não pôde analisá-lo

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Os 12 policiais militares acusados de torturar e assassinar o motoboy Eduardo Luís Pinheiro dos Santos, 30, no mês passado em São Paulo foram libertados na madrugada de ontem.
O rapaz foi morto depois de ser preso pelo envolvimento em uma briga e levado a um quartel da PM na Casa Verde (zona norte). O correto seria levá-lo a uma delegacia.
Conforme a PM, os 12 acusados foram libertados devido ao término do período da prisão temporária de 30 dias. Até a noite de ontem, nenhum pedido de prorrogação da prisão do grupo fora feito.
A Corregedoria da PM concluiu sua investigação e sugeriu que fosse decretada a prisão preventiva dos acusados. Porém, segundo a assessoria do Ministério Público, o promotor Marcos Ihara, do 2º Tribunal do Júri de Santana, só recebeu o inquérito anteontem e, por isso, não teve tempo de analisá-lo.
Na noite de 9 de abril, os 12 policiais atuavam na 1ª Companhia do 9º Batalhão quando o motoboy se envolveu em uma briga por causa da bicicleta de um amigo que fora furtada. Ele foi levado por policiais para o quartel da PM. No dia seguinte, seu corpo foi achado em uma rua, com marcas de tortura.
O caso levou o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, a dizer que não há dúvida de que a morte resultou de tortura policial e o governador Alberto Goldman (PSDB) a classificá-la de "deplorável" e "inaceitável".
Agora, segundo a PM, o sargento Wagner Rosa, a tenente Andressa Sartoreto e os soldados Raphael Cardoso, Nelson Soares, Alexandre Seidel, Ismael de Jesus, Rodrigo Monteiro, Antonio Rapelli Jr., Jair Honorato Jr., Fernando Lobato, Rafael Meneguini e Jordana Pereira terão funções administrativas.

OUTRO LADO
No inquérito que corre na Corregedoria, todos os investigados negaram envolvimento na morte do motoboy.
A advogada Juliana Gennarini -defensora da tenente Andressa e dos soldados Meneguini e Jordana- disse que os clientes viram os outros policiais falando com uma pessoa no batalhão, mas não presenciaram nem participaram das agressões.
Já Paulo Maiolino, advogado dos demais PMs, afirmou que não foi autorizado a comentar o caso.
A mãe da vítima, Elza dos Santos, 62, diz que o filho foi morto por ser negro. Ontem, ao saber da liberação do grupo, afirmou que ficou triste, mas que confia na Justiça.
O caso do motoboy foi o primeiro de uma série de outros em que ocorreram ações violentas de policiais e que vieram à tona no último mês.
Por conta disso, o comando da PM promoveu uma série de trocas em cargos de comando -11 comandantes e o corregedor foram trocados.
Um mês após o crime, outro motoboy foi morto por PMs, dessa vez na zona sul.

Nenhum comentário:

Postar um comentário