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terça-feira, junho 08, 2010

Justiça decreta prisão temporária de 4 PMs acusados de assassinatos na Baixada Santista

08/06/2010-18h59
AFONSO BENITES - Folha.com
DE SÃO PAULO


A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de quatro policiais militares acusados de matar a tiros 23 pessoas na Baixada Santista entre os dias 17 e 26 de abril. Eles são suspeitos de integrar um grupo que atua na região e que teria iniciado uma série de assassinatos após a morte de um soldado da PM.

Os quatro policiais, que já estavam detidos administrativamente na Corregedoria da PM, foram levados na noite de segunda-feira (7) para o presídio militar Romão Gomes, na cidade de São Paulo.

Ainda estão detidos na corregedoria 13 policiais suspeitos de envolvimento nas mortes. Esse grupo deve ter seu pedido de prisão temporária analisado até amanhã. Ao decretar a prisão de quatro PMs na noite de ontem, o Judiciário atendeu a um pedido do Ministério Público e determinou que as investigações sejam mantidas em sigilo.

O objetivo do sigilo é evitar que outros policiais que estejam envolvidos com esses crimes saibam o teor das investigações.

"Não podemos nos posicionar sobre nada. Mas posso adiantar que ainda temos muito trabalho pela frente e não vamos parar até deixar tudo esclarecido", disse o delegado Waldomiro Bueno Filho, diretor do Deinter-6, responsável pela região da Baixada.

Além dos policiais, outras três pessoas foram presas na semana passada sob a suspeita de envolvimento com os 23 assassinatos.

INVESTIGAÇÃO

A Polícia Civil tem pelo menos dois focos de investigação. Um vai na linha de vingança de policiais pela morte do soldado Paulo Rafael Pires, 27, assassinado a tiros no dia 17 de abril, no bairro Vicente de Carvalho, periferia do Guarujá.

A outra suspeita é a de que exista uma disputa de traficantes por pontos de venda de drogas na Baixada Santista. Alguns dos policiais detidos poderiam ter relação com essa briga.

Na ocasião da onda de assassinatos, escolas e lojas do Guarujá chegaram a fechar suas portas mais cedo que o de costume para evitar a aglomeração de pessoas. Conforme a Folha revelou em 21 de abril, moradores diziam que havia um toque de recolher na cidade. Fato que a polícia negava.

O Consulado dos Estados Unidos em São Paulo emitiu, naquela época, um comunicado dizendo para os seus cidadãos evitarem viajar para a Baixada Santista. Quase duas semanas depois, o órgão revogou o alerta.

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