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2 de outubro de 1992: uma pequena desavença entre presidiários do pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru se transforma em uma rebelião desprovida de viés reivindicativo ou de fuga. Apesar disso, o Governo estadual da época determinou a invasão da Casa de Detenção por centenas de policiais militares que exterminaram a sangue frio 111 pessoas desarmadas e desesperadas. Foi a maior chacina da história do sistema penitenciário brasileiro.
Passadas quase duas décadas dessa “página infeliz de nossa história”, os tijolos da Casa de Detenção foram deitados ao chão e, no seu lugar, foi erigido o sugestivo Parque da Juventude. Todavia, a construção de um parque para a juventude no lugar de uma unidade de aprisionamento da juventude não significou, infelizmente, qualquer mudança na política criminal do Estado: após todos esses anos, ninguém foi responsabilizado pelos 111 assassinatos!
Pior: ainda hoje, divisamos jovens, em regra pobres e negros, sendo perseguidos pelo aparato repressor estatal. Quando conseguem driblar a morte, caem na vala imunda e cada vez mais superlotada do sistema carcerário (de 1992 para cá, a população prisional cresceu mais de 400% contra pouco mais de 27% de crescimento da população brasileira).
Diante desse quadro desafiador, diversos movimentos e entidades da sociedade civil organizada planejam uma grande articulação em torno do vintenário do massacre do Carandiru, a ser iniciada com a realização de um ato no próximo dia 02.10.2011. Daí até a data dos 20 anos do massacre (02.10.2012), essa articulação pretende pautar diversas ações para promover a responsabilização do Poder Público e também para trazer ao debate público o tema da segurança pública e da cidadania.
Convidamos todas e todos ao ato que ocorrerá neste domingo, dia 02.10.2011, A PARTIR DAS 15HS, NO PARQUE DA JUVENTUDE.
Em continuidade à articulação, já está marcada uma reunião pós-ato na qual conversaremos sobre as próximas ações. Será no dia 10.10, às 19hs, no Sindicato dos Advogados de São Paulo (Rua da Abolição, n.º 167, 2º andar, Bela Vista).
Assinam:
PASTORAL CARCERÁRIA, SINDICATO DOS ADVOGADOS DO ESTADO DE SÃO PAULO, COLETIVO 2 DE OUTUBRO, INSTITUTO TERRA, TRABALHO E CIDADANIA (ITTC), INSTITUTO PRÁXIS DE DIREITOS HUMANOS (IPDH), CENTRO ACADÊMICO XI DE AGOSTO, ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA (AJD), COMISSÃO DE JUSTIÇA E PAZ, PASTORAL DA JUVENTUDE, ACAT-BRASIL, COMISSÃO TEOTÔNIO VILELA, AMPARAR, TRIBUNAL POPULAR, MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO, NÚCLEO DA SITUAÇÃO CARCERÁRIA DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, IDENTIDADE - GRUPO DE LUTA PELA DIVERSIDADE SEXUAL, CONSELHO ESTADUAL DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA HUMANA (CONDEPE), JUSTIÇA GLOBAL, ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE DEFENSORES PÚBLICOS (APADEP), NÚCLEO ESPECIALIZADO DE CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, GEPEX - SEGURANÇA PÚBLICA, JUSTIÇA CRIMINAL E DIREITOS HUMANOS DA UNIFESP/BS, DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO EM SÃO PAULO, ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFENSORES PÚBLICOS FEDERAIS (ANADEF), MÃES DE MAIO, MOVIMENTO NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS, ESTUDO, COMIDA E CIDADANIA (ECC), UNEAFRO, CÍRCULO PALMARINO, SARAU DA ADEMAR, SARAU DA BRASA, SARAU ELO DA CORRENTE, SARAU VILA FUNDÃO, LUTA POPULAR, QUILOMBAQUE PERUS, QI ALFORRIA, COLETIVO VÍDEO POPULAR, FÓRUM DE HIP-HOP
quarta-feira, setembro 28, 2011
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